Ele chegou derrubando
todas as paredes
Enchendo o quarto de
luz
Chegou pondo fim a
tempestade
E mostrando que há
vida além dos muros
Ele pegou minha mão e
me puxou para cima
Apontando rostos, e
dizendo
“Ela será sua amiga”
“Ele lhe abraçará”
“Você será, enfim,
feliz”
Ele dominou cada
centímetro da minha vida
Para depois troca-la
por meia dúzia de lágrimas
Ele me jogou no meio
das outras marionetes
E nossos fios se
enroscaram
Ninguém mais sabia
onde terminava uma história
e começava outra.
Garoto, foi a última
vez que você brincou de Deus
Já conheço todas as
suas máscaras
Seu jeito de bom moço
Já ouvi falar de
todos os seus feitos de herói
E quer saber de uma
coisa?
Não acredito em
nenhum deles
Por que você adora
fazer tempestades em copos d’água?
Mergulhe em quantos
abismos quiser
Mas não arraste os
inocentes contigo.
Garoto, foi a última
vez que você brincou de Deus
Agora você está
jogado na lama
E ao meu sinal
choverão pedras
O que você fará,
garoto?
Não, você não pode
correr
Não adianta
prometer-me as estrelas
Essa máscara já
queima na fogueira
Sua derrota é meu
talismã
E agora eu caminho
sobre os escombros do seu teatro.
Garoto, foi a última
vez que você brincou de Deus
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