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sábado, 29 de setembro de 2012

O COLECIONADOR


  


Ele chegou derrubando todas as paredes
Enchendo o quarto de luz
Chegou pondo fim a tempestade
E mostrando que há vida além dos muros

Ele pegou minha mão e me puxou para cima
Apontando rostos, e dizendo
“Ela será sua amiga”
“Ele lhe abraçará”
“Você será, enfim, feliz”

Ele dominou cada centímetro da minha vida
Para depois troca-la por meia dúzia de lágrimas
Ele me jogou no meio das outras marionetes
E nossos fios se enroscaram
Ninguém mais sabia onde terminava uma história
e começava outra.
Garoto, foi a última vez que você brincou de Deus

Já conheço todas as suas máscaras
Seu jeito de bom moço
Já ouvi falar de todos os seus feitos de herói
E quer saber de uma coisa?
Não acredito em nenhum deles

Por que você adora fazer tempestades em copos d’água?
Mergulhe em quantos abismos quiser
Mas não arraste os inocentes contigo.
Garoto, foi a última vez que você brincou de Deus

Agora você está jogado na lama
E ao meu sinal choverão pedras
O que você fará, garoto?
Não, você não pode correr
Não adianta prometer-me as estrelas
Essa máscara já queima na fogueira

Sua derrota é meu talismã
E agora eu caminho sobre os escombros do seu teatro.
Garoto, foi a última vez que você brincou de Deus

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