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domingo, 23 de setembro de 2012

BELA



Ela me seduziu.
Seus olhos sempre opacos;
Seus lábios desdenhosos;
Qual mortal resistiria?
Tudo era encanto.
Ela gargalhava,
e beijava-me enquanto meu coração
batia em suas mãos.
Triste fim da realidade;
Apaixonei-me por uma bruxa.

Foram tantos os perigos e feitiços;
Não havia limites em seus horizontes.
Por mestre ela chamava o homem das sombras;
Ajoelhava; cantava; vibrava;
E a magia lhe brotava como nas fontes.

Eram sempre seus os primeiros brados
diante da desgraça e da miséria humana.
Com sua voz amaldiçoada
arranhava minhas memórias;
E eu lhe entregava
Alma; corpo; mente e vida.

●●●

Certo dia ela mostrou-me
Um homem de vidro.
Ele imitava meus gestos;
Roubava meus sonhos.
Dizia ele que seria rei um dia;
Mas a bruxa desmentia-o;
Cochichava eu meu ouvido:
“Pobre rapaz, não sabe
que desta moldura nunca sairá;
Desconhece o seu futuro;
Esqueceu quem é e onde está.
Ignora que há muitos
maiores e melhores do que ele.
Pobre rapaz, não sabe
que desta moldura nunca sairá”

Enquanto a bruxa dissolvia-se nas sombras,
eu comtemplava o homem de vidro;
Alegre e sorridente no seu mundo particular.
Ainda podia-se ouvir a gargalhada terrível
da minha amada malfeitora;
Como que me lembrando que e a verdade
está do lado de cá da vida.

2 comentários:

Claudio Chamun disse...

Que bruxa!
Tens o telefone dela? rsss
www.cchamun.blogspot.com.br

Vanessa Santos disse...

Tenho pavor de poesia mal elaborada e a sua não faz parte da maioria que vejo por aí! Parabens pela capacidade de nos envolver com belas historias.
Me faz uma visita? http://mardeletras2010.blogspot.com.br/2012/09/cidade-bipolar.html