Páginas

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

BREVE HISTÓRIA DAS PALAVRAS PERDIDAS

Tranco no escuro o verbo viril
Rasga-se a página, escorre-me a alma
Da tinta surge a vida, da história ecoa a calma
No papel deita-se a palavra hostil
Inquieta, repousa em sono febril

No caos procura-se a relíquia
A joia rara, a lendária criatura
Acaba-se afogado num mar de loucura
Restam palavras não ditas
Impõem-se antigas torturas

Mas é menor o canto
Daquele que canta só?
Dos olhos cegos enxuga-se o pranto
 Na boca, doçura, nas asas, a cura
Cura para os dias cinzas
Para a universal amargura

Sobre a terra derrama magia
Segue os passos de anônimos heróis
De outras histórias sua história se constrói
Segue, o bardo, entoado silenciosa melodia

Um comentário:

Claudio Chamun disse...

De um grande contador de estórias para um grande poeta,