Tranco no escuro o verbo viril
Rasga-se a página, escorre-me a alma
Da tinta surge a vida, da história ecoa a
calma
No papel deita-se a palavra hostil
Inquieta, repousa em sono febril
No caos procura-se a relíquia
A joia rara, a lendária criatura
Acaba-se afogado num mar de loucura
Restam palavras não ditas
Impõem-se antigas torturas
Mas é menor o canto
Daquele que canta só?
Dos olhos cegos enxuga-se o pranto
Na
boca, doçura, nas asas, a cura
Cura para os dias cinzas
Para a universal amargura
Sobre a terra derrama magia
Segue os passos de anônimos heróis
De outras histórias sua história se
constrói
Segue, o bardo, entoado silenciosa
melodia
Um comentário:
De um grande contador de estórias para um grande poeta,
Postar um comentário